Um manifestante em Londres é preso por segurar uma placa dizendo: 'Eu me oponho ao genocídio - eu apoio a Ação Palestina', durante o protesto na Praça do Parlamento em Londres em 6 de setembro de 2025 [Martin Pope / Getty Images]
As autoridades de Londres prenderam quase 900 pessoas durante um protesto em apoio ao grupo proscrito Palestine Action, segundo informações da Polícia Metropolitana divulgadas no domingo.
De acordo com a corporação, 890 pessoas foram detidas no sábado. Destas, 857 foram acusadas de manifestar apoio ao grupo proibido, enquanto outras 33 foram presas sob suspeita de agressão a policiais e distúrbios públicos.
O movimento Defenda Nossos Júris, responsável pela organização da manifestação, negou que os protestos tenham sido violentos e acusou a polícia de agir de forma desproporcional. Em comunicado, o grupo destacou que entre os detidos estavam religiosos, veteranos de guerra, descendentes de sobreviventes do Holocausto, professores aposentados e profissionais de saúde.
“Estamos sendo injustamente criminalizados. As imagens mostram policiais usando força excessiva contra pessoas pacíficas, empurrando manifestantes ao chão e utilizando cassetetes”, afirmou a organização, que exibiu cartazes com frases como “Eu me oponho ao genocídio – eu apoio a Palestine Action”.
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A imprensa britânica relatou que durante os confrontos foram arremessados água e garrafas plásticas contra os agentes, e ao menos um manifestante foi fotografado com o rosto ensanguentado após ser detido. Já a vice-comissária assistente Claire Smart declarou que a polícia enfrentou violência “coordenada” e que a lei antiterrorismo deve ser respeitada.
Além de Londres, protestos ocorreram em Belfast e Edimburgo. Na Escócia, três homens – de 63, 67 e 82 anos – foram presos, dois acusados de crimes de terrorismo e um de crime de ódio.
Os atos fazem parte de uma onda de manifestações contra a decisão do governo britânico de banir a Palestine Action sob a Lei de Terrorismo de 2000. O grupo, que promove ações diretas contra fábricas de armas e instalações ligadas a exportações para Israel, foi proibido após assumir a autoria de ataques simbólicos com tinta vermelha a aviões militares britânicos.
Agora, manifestar apoio ao Palestine Action é considerado crime, com pena de até 14 anos de prisão. A decisão já gerou críticas internacionais: especialistas da ONU em direitos humanos alertaram que atos de protesto que danificam propriedades sem intenção de ferir pessoas não devem ser tratados como terrorismo.
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O caso também está sendo contestado judicialmente. A cofundadora da Palestine Action, Huda Ammori, entrou com ação contra a decisão da ex-secretária do Interior, Yvette Cooper, argumentando que a medida criminaliza indevidamente a dissidência política.
Os protestos ocorrem em meio à intensificação dos ataques de Israel contra Gaza, que têm sido descritos por acadêmicos, organizações de direitos humanos e especialistas da ONU como um possível genocídio. Fontes da mídia britânica informaram ainda que forças do Reino Unido estariam operando drones de vigilância na região em apoio às operações israelenses.
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