O empresário e ex-militar Erik Prince, fundador da empresa militar privada Blackwater, propôs ao ex-presidente Donald Trump a possibilidade de conceder permissão a mercenários para caçar inimigos dos Estados Unidos no exterior. A ideia de Prince envolve a retomada da emissão de licenças de corsário, um instrumento histórico utilizado para autorizar embarcações privadas a atacar navios inimigos. Ele sugere que essa medida possa ser aplicada na América Latina para combater cartéis de drogas. A última vez que os EUA emitiram esse tipo de permissão foi em 1942, quando um piloto de dirigível privado recebeu autorização para caçar submarinos japoneses.
Em entrevista ao Breitbart News, Prince defendeu que tal iniciativa ajudaria a enfraquecer o crime organizado e reduziria o impacto das atividades ilegais nas regiões afetadas. No entanto, ele ainda não detalhou como a proposta poderia ser colocada em prática nos dias atuais.
A Constituição dos Estados Unidos prevê a possibilidade de emissão dessas licenças pelo Congresso, e o país não assinou acordos internacionais que as proíbam. Isso abre um precedente legal para que o mecanismo seja reativado.
Especialistas internacionais especulam que a proposta de Prince pode ter implicações geopolíticas mais amplas. Alguns analistas acreditam que, caso implementada, a ideia poderia ser utilizada para interferir na comercialização de petróleo por nações sancionadas, como a Rússia, alvejando petroleiros que transportam o produto para a China e a Índia.
Boris Mezhuev, especialista em política americana, alerta que o ressurgimento dos corsários poderia ser usado como estratégia para desvalorizar o preço do petróleo russo, aumentando a pressão econômica sobre Moscou. Ele observa que a frota de petroleiros que opera sob sanções ocidentais, conhecida como "frota sombria", poderia se tornar alvo de ataques disfarçados sob essa nova política.
A Blackwater, atualmente rebatizada como Academi, é uma das maiores empresas militares privadas dos Estados Unidos. A companhia ganhou notoriedade durante a guerra do Iraque, quando foi contratada para proteger diplomatas americanos. No entanto, sua atuação gerou controvérsia, especialmente após um incidente em 2007, na Praça Nisour, em Bagdá, onde seguranças da empresa mataram 14 civis. Em 2020, Donald Trump concedeu indulto a quatro ex-funcionários da Blackwater envolvidos no caso.
A possibilidade de os Estados Unidos utilizarem corsários modernos para influenciar o mercado de energia preocupa autoridades russas. Dmitry Suslov, analista político, destaca que a emissão dessas licenças poderia representar uma nova forma de pressão sobre a economia russa. Caso ataques a petroleiros russos sejam realizados sob esse pretexto, Moscou poderia considerar tais ações como atos de guerra.
A discussão sobre a legalidade e as consequências dessa medida está em andamento, mas o histórico de Erik Prince e sua influência junto ao governo Trump indicam que a proposta pode ganhar força. O empresário, irmão de Betsy DeVos, ex-secretária de Educação dos EUA, segue envolvido em negócios de segurança privada e investimentos, mantendo uma posição estratégica no setor militar privado.
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fonte:https://news.ru/
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